quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Alguém ainda se lembra da crise?

Há pouco mais de um ano, o Brasil começou a sentir os efeitos de uma crise econômica, que teve início nos Estados Unidos e contagiou boa parte das economias do mundo, sobretudo os chamados países "desenvolvidos" - que antigamente as pessoas costumavam chamar de "primeiro mundo". Nós, do Brasil, um país "emergente" (eufemismo para "terceiro mundo", expressão que não é mais utilizada), sentimos a crise, mas de uma forma mais branda. Embora não se fale mais tanto da crise (talvez devido ao fato de que há alguns meses SÓ se falava nela), ainda estamos em fase de recuperação econômica.

Nas próximas postagens, iremos falar um pouco mais sobre essa crise e, juntamente com essa temática, falar um pouco sobre a economia brasileira como um todo. O objetivo é tentar entender um pouco a dinâmica da nossa economia.

Acredito que não seja necessário abordar todo o desenvolvimento da crise, mesmo porque isso já foi amplamente discutido em toda a imprensa. Mas deixo uma sátira sobre o desenvolvimento da crise, que recebi por e-mail. O autor é desconhecido, mas o "causo", fictício, é bem ilustrativo para entendermos a crise.

É assim ó:
O seu BIU tem um bar, na Vila Carrapato, e decide que vai vender Cachaça 'na caderneta'
aos seus leais fregueses, todos bêbados, quase todos desempregados.
 
Porque decide vender a crédito,
ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose da branquinha
(a diferença é o sobrepreço que os pinguços pagam pelo crédito).
 
O gerente do banco do seu BIU, um ousado administrador formado em curso de emibiêi,
decide que as cadernetas das dívidas do bar constituem, afinal, um ativo recebível,
e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento tendo o pindura dos pinguços como garantia.
 
Uns seis zécutivos de bancos, mais adiante, lastreiam os tais recebíveis do banco,
e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrônimo financeiro
que ninguém sabe exatamente o que quer dizer.
 
Esses adicionais instrumentos financeiros, alavancam o mercado de capítais
e conduzem a operações estruturadas de derivativos, na BM&F,
cujo lastro inicial todo mundo desconhece (as tais cadernetas do seu BIU).
Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos sérios,
com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países.
 
Até que alguém descobre que os bêubidos da Vila Carrapato
não têm dinheiro para pagar as contas,
e o Bar do seu Biu vai à falência.
E toda a cadeia vai para o brejo.

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